terça-feira, 12 de abril de 2011

Sobre mulheres e garotas

Venho enrolando já tem um tempinho pra escrever este post, por puro temor de abordar o assunto de forma inadequada. Afinal-de-contas, é relativamente complicado, tratando-se de MULHER, nunca um assunto fácil, independentemente do aspecto em tratamento.

A idéia principal por trás de todo o argumento do texto veio depois de uma breve conversa com minha digníssima e uma sucessão de pensamentos fragmentados via twitter. O foco principal - Mulheres, ou melhor, meninas que buscam uma certa aura, de, vá lá, "descoladas" ao tentar impressionar o sexo oposto. É aquele caso de quem tenta se afirmar através de atos e ações tão forçados e repetitivos, que findam por perder o propósito inicial e só acaba parecendo besta.

Indo aos exemplos - Garotas que reclamam demais, garotas que têm orgulho demais pelo fato de arrotarem, garotas que tentam (com ênfase em tentam) falar de sexo de forma despudorada e só acabam soando vulgares ou vazias e por fim, a representação maior do fracasso, garotas que tentam, à todo custo, ser um dos caras. É aí que o rumo se perde d'uma vez, criando situações de chateação e constrangimento tremendas.

Obviamente me refiro às que fazem tipinho, afinal, não é impossível encontrar moças legais, espontâneas e seguras de sua feminilidade, que são assim e pronto.

Digo, ter uma mulher se portando como homem de nada adianta, se a fêmea em questão é só a emulação dos conceitos pré-estabelecidos do que é o macho. E geralmente, é chato pra cacete. Forçar um comportamento ou uma reação à determinados assuntos nunca lhes fará especiais, diferentes ou as tornará aceitas.

No final, o que difere a mulher de uma garota, é sua reação aos mais diferentes cenários, assuntos e pessoas, não forçar assunto chato pra se enturmar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Random Rant - O primeiro de 2011

Não há sensação mais aterradora do que entrar numa sala de aula de novo. São mais ou menos uns quatro anos de idas e vindas de três instituições diferentes e um sentimento constante de tempo perdido, entre o vai-e-vem e a procrastinação sem limites, poderia muito bem ter um canudo na mão, tal e coisa.

Sinceramente, vejo cada vez menos utilidade pr’um diploma, ainda mais levando em conta a carreira pretendida, mas movido por pressão familiar e interna, parece a coisa certa à se fazer, cê entende? T. SILVA, JORNALISTA, soa bacana e ridículo ao mesmo tempo, definitivamente preciso mudar a forma como assino meus textos.

Mas tá, ok, já comecei a divagar, saí do foco inicial, a escrotidão intrínseca à uma sala de aula, que raramente é ocupada por gente legal, sempre são uns cretinos ou medíocres ou então minha arrogância kinda kicks in e fode tudo. Me entedio com os colegas, com a aula, com a rotina, com a ignorância de terceiros. Mas aí é fácil, difícil mesmo é quando tu começa à entender que tu é um chato de galochas, um cuzão mesmo, que afasta aqueles ao teu redor por incapacidade ou teimosia mesmo, vá lá, em admitir quando erra e sempre assume estar certo, automaticamente.

NEWSFLASH dificilmente alguém está sempre certo e mesmo que esteja, bem, isso não te faz especial. Encarar essa realidade é o primeiro passo pr’uma resolução ou qualquer forma de closure consigo, com a rotina e os outros. O professor continua ali, batalhando contra um projetor, seus cabos e o laptop. Mas tá tudo bem. Vai dar.

Rascunhado no meio de uma aula em 23/03/11

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Serbian Film (2010)


O leste europeu é um tremendo celeiro para a indústria pornô, com belas mulheres de background étnico diverso, além da possibilidade de se gastar ainda menos com produção, visto os salários baixos praticados por lá.

Mas não comecei este texto pra falar da prolífica indústria pornô européia, mas sim de Sprski Film, cujo enredo orbita ao redor desta cena, mas insiste em ir mais fundo ao tratar, sem qualquer censura, o mundo dos filmes snuff. A história é focada em Milos,  ator pornográfico aposentado, que passa por dificuldades financeiras e não vê outra forma de garantir o futuro de sua família e resolve aceitar a proposta de uma antiga colega de trabalho e seu diretor, que diz fazer "filmes de arte".

Daí em diante, é ladeira abaixo, longe de ser um filme ruim, inclusive, dentro do que se propõe, A Serbian Film é bem-feito e bem-estruturado, nada é tão gratuito quanto o hype na internet o faz parecer, mas definitivamente não é um filme para todos.

Falar mais sobre o enredo seria entregar demais do que acontece em seus 104 minutos de duração, mas a impressão que ficou comigo ao final, é de que é uma versão sérvia de 8MM, ou seja, sem a menor preocupação de conservar a moral e o bons costumes que os filmes americanos insistem em ter. Neste filme, não existem limites.

Sabe aquela situação em que tu pensa que o vilão vai fazer algo inenarrável na cena seguinte e de repente ele não o faz? Aqui acontece justamente o contrário, o que há de pior é escancarado, exposto, trazido à tona, em alguns momentos de forma bem-sucedida e em outras, de forma tosca, quase tragicômica.

Não apóio a hipótese de ser um filme feito puramente para chocar, aparenta haver alguma mensagem por trás, sutil, mas ainda lá, de que a Sérvia é uma merda, todos estão fodidos e têm motivo pra isso.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Da série: Prazeres Culposos - ADULT-ORIENTED ROCK ou ROCK DE TIOZÃO

Todo mundo têm um hábito ou preferência de que se envergonha. Não é o caso d'um constrangimento brutal ou tão grave que não deva ser compartilhado com ninguém, mas é aquele tipo de coisa que geralmente se comenta com um "MEH" no final ou seguidos de risinhos nervosos.

São coisas como assistir programa de fofoca ou o programa do Andy Milonakis. Geralmente hábitos ou gostos inofensivos, mas tremendamente imbecis, que podem causar as mais variadas reações dos mais variados tipos de pessoas.

E como o título já entregou, hoje pretendo compartilhar algumas dos meus HITS favoritos de AOR ou ADULT-ORIENTED ROCK ou ROCK DE ARENA, como queiram, em poucas palavras, rock ruim e brega que não tem como não gostar, sons que poderiam animar (ou destruir) qualquer festa, indo de encontro com o gosto deste aqui que vos escreve.



Começando com um clássico, imortalizado até em videogame, do Foghat. Com certeza tu já ouviu isso antes e não lembra, são oito minutos de puro fodismo sonoro, cabe em qualquer filme dublado da Sessão da Tarde. Com algum esforço, até naqueles filmes de cachorro que dirige.




Logo em seguida, o ASIA,  com Heat of The Moment. Dá até medo imaginar que tem gente do King Crimson tocando aí. Continuam na ativa até hoje e também têm umas capas de disco simplesmente abomináveis.



Muita POSITIVIDADE com o Journey, só prestar atenção na letra. Fora o refrão inacreditavelmente apoteótico, o figurino dos caras é foda. Repare que tecladista e vocalista combinam padronagens de ONCINHA/ZEBRA/SABE DEUS O QUÊ.

AOR ou ROCK DE TIOZÃO é um gênero mítico, mágico e atemporal. Enquanto alguma rádio rock sem noção continuar tocando SCORPIONS e VAN HALEN, a chama nunca irá se apagar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre videogames e narrativa (ou "Minha falta de simpatia por jogos de mundo aberto")

Não sou necessariamente um connaisseur extremo de videogames, apesar de alguns consoles estarem presentes na minha infância e atual adultescência, porém, pretendo falar um pouco da minha vivência com jogos aqui, bem como a importância de uma história e narrativa coerentes dentro do que eu encaro como"bom" .

Como a maioria dos jovens da minha idade, comecei com consoles, alguma parca experiência com um Atari herdado de um primo e posteriormente,  um Master System daqueles "portáteis", que até hoje não sei bem que fim levou, mas boa parte de minhas tardes eram movidas à sessões de Sonic. Nunca fui menino desses de ir pra rua, jogar bola/quebrar vidraça/fazer merda.
 

Era uma época mais simples, como obviamente o vídeo demonstra, bem como a experiência proporcionada pelo jogo, que era extremamente eficaz e divertia horrores. Isso tudo sem um pingo da "liberdade"
encontrada na maioria dos games de hoje. Mal havia espaço no cartucho pra desenvolver um enredo, dependendo basicamente de manuais pra contar a história.

Meu segundo console "sério", foi um SNES, a jogatina consistia basicamente em Beat'em Ups clássicos como Final Fight e Streets Of Rage, com trocentos coleguinhas da vizinhança alternando controles freneticamente na base do "morreu-passou", campeonatos intermináveis de Super Street Fighter II, Samurai Shodown (vitória eterna ao conseguir desarmar o adversário), adaptações horrendas de International Superstar Soccer com dublagem em portunhol, caracterizando a época mais "sociável" dos meus hábitos gameiros.

O tempo foi passando, a tecnologia avançando, antigos colegas de nerdismo se afastando, fui um dos poucos que chegou na adolescência ainda entusiasmado com novos consoles e jogos. Diria que o auge da coisa toda se deu com a chegada do meu Playstation (PSX), modelo tijolão, quando nem se falava em controle DualShock ou SixAxis, nem mesmo RUMBLE PAK.

Smells like tardes e noites sem nem abrir a porta do quarto
Boa parte das minhas definições de "bom jogo" vieram desses tempos, bem como algumas das memórias mais queridas, afinal, tinha tempo de sobra pra jogar o tempo que quisesse e tudo que é jogo ao meu alcance. Mas, obviamente, alguns marcaram mais. Caso de clássicos da Squaresoft como Final Fantasy VII e Parasite Eve, este último, com destaque maior.


Foi meu primeiro contato com um jogo que caracterizava-se como "cinematográfico", aliás, era um dos motes por trás da promoção do mesmo, costumeiro ver em revistas da época o gênero de P.E listado como "Cinematic Action RPG", com um climão e enredos voltados exatamente pra isso, uma história que envolvia e despertava simpatia ou até mesmo uma sensação de desconforto legítima em alguns momentos.

E aí creio ter sido meu turning point, percebi que gostava das narrativas, das histórias que cada jogo tinha, do desenvolvimento de seus personagens, recursos indisponíveis na época dos velhos cartuchos, à não ser na forma de saudosos manuais, que ao contrário dos folhetins sem graça atuais, continham bem mais do que apenas os comandos de um jogo.

Muda tudo. Vêm o Dreamcast, vêm o PS2, vêm o primeiro XBOX. Surge o primeiro GTA em 3D, que te permite fazer "tudo", roubar carros, atropelar, atirar, matar e assim por diante. A indústria fica obcecada com a idéia de criar mundos virtuais e assim, nasce uma tendência. O enredo, adaptado à forma de jogar de cada um, se torna só um detalhe.

Na minha cabeça, é exatamente esse o problema com mundos abertos ou liberdade demais, como encontramos em boa parte dos jogos de PS3 ou XBOX 360 atuais, muito espaço e você perde o foco. A história se esvai, o que acaba importando é até onde pode ir, o que pode fazer, quantos inimigos pode matar ou quantidades absurdas de item à recolher.

Vejam bem, não condeno a adição de mundos e fundos sem-fim dentro de um só game, muito menos deixo de reconhecer os méritos dos bons títulos que possuem exatamente estes elementos que cito, caso de jogos como Fable, GTA IV ou Mass Effect. Mas a o propósito de contar uma história vai pro saco, o que torna tudo tedioso pra mim.

Há jogos e jogos, não pensem que só curto jogos extremamente profundos e elaborados, também aprecio minha parte de ação imbecil e descerebrada, mas creio que games são uma forma relativamente nova de se contarem boas histórias, sob uma nova perspectiva e uma plataforma decididamente aberta para experimentações e afins. É o tipo de coisa que merece ser estimulada, entende?

Felizmente, a discussão sobre games x arte x linguagem continua fervilhando e  a tendência de alguns desenvolvedores é explorar esse nicho, mais especificamente produtoras pequenas/independentes, responsáveis por produções menos preocupadas com cenários enormes ou gráficos elaborados e focada mais em sensações, situação que se reflete até mesmo nos portais de conteúdo em flash, através de jogos como Depict1 ou Loved.

O mesmo vêm acontecendo com alguns lançamentos recentes, caso de Limbo, exclusivo para XBOX 360, misturando gêneros de plataforma e puzzle, em gráficos monocromáticos, efeito sonoros mínimos e dificuldade acentuada. Vale citar Flower, por sua vez, título exclusivo do PS3, em que a subjetividade comanda tudo, não há textos ou diálogos, apenas dicas sutis de como jogar, nem mesmo o conceito de ganhar ou perder se faz presente, se valendo de outros elementos como música e cores para estruturar sua narrativa.

Limbo (XBOX 360)


Flower (PS3)



Resta saber como mercado atual receberá as coisas, tenho impressão que jogos como os últimos que citei atingem uma parcela bem menor de público, notadamente gente mais velha e ligada em outras coisas que não "infinitas possibilidades" ou seja lá o que for, mas atrás de algo com certo significado e importância ao invés de mundos gigantescos em tamanho, porém vazios de conteúdo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Origem (Inception, 2010)


Um bafafá legítimo foi criado em torno de A Origem, como pôde ser verificado em blogs, tumblrs e até alguns memes pela rede, comparações com Matrix surgiram, notadamente por conta da equação "ficção científica + ação" apresentada aqui e também pelos paralelos entre consciência/mundo real. Devo dizer que estou sinceramente inclinado à gostar mais do filme de Nolan do que o já envelhecido e combalido Matrix, dos Wachowski.

Se o diretor já tinha certo street cred por conta da sua bem-resolvida abordagem da franquia Batman, é com Inception que Nolan mostra à que veio, com seus efeitos, enredo e sequências mirabolantes e possivelmente confusos, não permitindo afastar os olhos da projeção sequer um segundo.

A trama do longa baseia-se na vida de Dom Cobbs (em mais uma boa interpretação de DiCaprio), um Extrator, um profissional especializado em extrair informações do subsconciente de outros indivíduos. Falar muito mais sobre o enredo seria mancada, já que a graça toda é ver a trama se desenrolando.

O que precisa ser dito é que as coisas se complicam quando Cobb é contratado para fazer o processo contrário, o de implantar um pensamento, uma idéia, na mente do herdeiro de um império executivo. O início do filme têm seu próprio brilho, o bom-gosto no uso de efeitos impressiona e justifica os custos de produção da película, mas é nos momentos finais que o filme realmente surpreende.

Passando por momentos de pura "viagem" sci-fi, um quê de dramalhão, toques de comédia e momentos dignos de filmes de ação, incluindo aí perseguições em ruas apertadas, tiroteios na neve e algumas piadas e frases-de-efeito bem colocadas, Inception consegue prender a atenção, e mais importante, manter a tensão ao longo de seus 148 minutos.

DiCaprio, porém, não leva o filme nas costas, destaco também a boa atuação de Joseph Gordon-Levitt, como braço-direito de Cobb, surpreende e convence, inclusive compensando pela bunda-molice em filmes como 500 dias com Ela.

ps: Já no final, depois de tanto sobre sonho dentro de sonho, confusão mental, subconsciente, limbo, etc e tal, é impossível não ficar com o trecho final de Lifebooks, do Death In June, na cabeça. Parece que o David Tibet vai pular na tua frente.

it's a dream, wake up, it's a dream, it's a dream...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Relato velho, porém digno (surrealismo feelings)

Há tempos já enrolo pra contar essa história aqui e aproveitando o embalo do post anterior, resolvi compartilhar o causo no blog, já que, apesar de curta, é uma situação que definitivamente merece ao menos alguma forma de registro, já que GRAVAR o ocorrido era impossível.

Já fazem alguns meses que aconteceu, logo, posso muito bem deixar alguns detalhes de fora, mãs...

Era sábado, altas horas da madruga, eu e patroa voltávamos de algum lugar e passamos pela loja de conveniência ali perto de casa, pra comprar uma água ou qualquer outra coisa besta/trivial dessas. Como toda loja em final-de-semana, serve de POINT pra bêbados, desocupados e afins.

Eis que eu e a digníssima adentramos na loja, um cidadão visivelmente BREACO, de capacete na mão e mulher-barriguda-de-meia-idade ao lado, exclama: "BLACK METAL!!!" e vêm se aproximando deste que vos fala. Desnecessário dizer que a patroa já tinha se escafedido pr'um outro canto, enquanto o selvagem da motocicleta chegava cada vez mais perto e eu entendia cada vez menos o que ele falava.

Costumeiramente, quando estranhos me abordam, eu levo numa boa, até respondo os comentários sem-sentido, coisa e tal, sou educadinho. E o bicho continuava me intimando, citando nomes de bandas, perguntou se eu curtia um Raul, de Raul o papo passou pra THELEMA, até que finalmente a mulher do cara foi lá puxá-lo pelo braço, esculhambando-o horrores, enquanto eu, visivelmente EMBASBACADO pela situação toda, tentava fingir que porra nenhuma tinha acontecido.

O porém, é que momentos antes de pegar sua lata de Skol e dar o fora, o rapaz reúne forças e num gesto do que só posso encarar como tentativa de estabelecer amizade, grita "VALEU AE CARA, SOU BRUXO TAMBÉM, BELEZA?"

Me faltam palavras pra DESCREVER o que senti na hora. Vergonha de si e alheia misturavam-se numa confusão só, foi meu cabelo? Foi a barba de mendigo? Foi a simples camiseta preta?

NUNCA SABEREI. Talvez seja melhor assim.