quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Da série "Coisas que eu demorei pra dar valor" - Os Invisíveis, de Grant Morrison.

 Crescendo como um bom menino de apartamento, ou seja, QUE JAMAIS JOGAVA BOLA NA RUA , o que me restava de entretenimento eram revistinhas semanais e a alternância entre videogame/televisão, felizmente, por volta dos oito anos de idade, meus pais me agraciaram com uma assinatura da linha Disney lançada pela Editora Abril,  basicamente,  me divertia à VERA com as desventuras do Mickey em eternos confrontos com vilões como o MANCHA NEGRA ou JOÃO BAFO-DE-ONÇA.

Ou seja, a leitura de HQ's é um negócio que me acompanha desde a mais TENRA idade.

Não lembro exatamente como ou quando surgiu  meu interesse por super-heróis e todo aquele universo da Marvel/DC da época, mas conforme fui crescendo, meus gostos foram se diversificando, um Homem-Aranha aqui, um Batman acolá,  mas sem sinais do COLECIONISMO SEM LIMITES que tenho hoje, comprava umas edições esporádicas, com a mesada semanal e olhe lá. Era época da Magnum Force (97 ou 98, vá lá), selo da finada Editora Magnum responsável por lançar revistas extremamente bacanas e que meio que eram novidade na época, o primeiro contato com quadrinhos mais adultos que tive foi por meio de personagens como o Hitman, criado por Garth Ennis.

Costumeiramente, a Magnum anunciava nas próprias revistas, indo de coisas estupidamente bacanas, como Preacher à umas bizarrices do tipo "OH MEU DEUS, SUPER-HERÓIS NEGROS!!~2" que sinceramente pareciam ser uma bela de uma bosta. Nunca os li, foda-se.

E no meio disso tudo, fizeram o favor de lançar Os Invisíveis, de Grant Morrison. Óbvio que eu não comprei na época, a capa não tinha nenhuma explosão ou nego atirando em alguém,  só um careca deitado ao lado de uma mina maquiada demais. Quer dizer, não parecia ser nada LEGAL.


     Capa da versão nacional, feia pra caralho.

Fato curioso é que através dos anos eu sempre vi essa edição pra vender em sebo, esbarrei em entrevistas com o autor, citações em uma cacetada de outras fontes e continuei firme no meu PRECONCEITO. Até o dia em que vi na Saraiva Megastore, a coleção quase completa (faltavam uns dois volumes), virei pra minha Digníssima e disse: "Quer saber? Vou comprar essa caralha, tem mais de 10 anos que eu vejo isso bolando por aí."

Dito e feito. Mal fazia idéia de que estava prestes à abrir uma caixa inteira de FODISMO. Li todos os volumes, inclusive os que faltavam (valeu INTERWEB) em menos de duas semanas, devorando um volume atrás do outro.

A história? Bem, resumindo pacas, Os Invisíveis do título são um grupo rebelde formado por situacionistas, bruxos, travestis e toda sorte de desajustados, cujo maior inimigo são uns BESOURÕES inter-dimensionais que planejam a destruição total da existência como a conhecemos. E dá-lhe referências à cultura pop das mais variadas épocas, thelema e ocultismo em geral, parapsicologia, meta-linguística e MUITO, mas MUITO mais.

Vale o esforço de ler, a arte da série é meio irregular, já que Morrison se valeu de vários artistas, mas a peteca nunca cai, sempre mantendo uma média bacana. Algumas partes da história ficam sem explicação, bem como certos personagens vêm-e-vão,  apesar de pequenos deslizes, Grant consegue criar uma gama de personagens coerentes e uma storyline relativamente coesa, com várias citações bacanudas, a leitura fica mais legal ainda se como eu, tu és um interessado em MAGIA NEGRA e afins.


Recomendo pra qualquer um remotamente interessado em HQ. De verdade.


Posts introdutórios são um saco...

...porém, impossíveis de evitar.

Bem, cá estou eu criando mais um blog, dessa vez pra escrever sobre basicamente qualquer coisa que me faça perder um pouco de tempo durante o cotidiano DEVERAS atribulado que possuo, diferente do  À Sombra do Nada, em que só falo de METALEIRAGENS,  o Blogando e Ofendendo (nome palha, OK? Ok.) servirá quase como um caderno de rascunho, um espaço aberto em que eu posso falar GROSELHA como bem entender e sobre o que der na telha.

Em suma, é quase um BLOGUINHO PESSOAL, vejam só. E eu achei que nunca fosse fazer isso.